“Essa troca de experiências culturais, principalmente neste caso, entre o samba e o carimbó, faz parte do processo de formação do percussionista, e oferecer ações como esta é muito importante para nossos alunos”, reflete a professora Lorena Brabo, que organizou o encontro. “Esse intercâmbio musical visa também a valorização da cultura brasileira, dos mestres e mestras expoentes de diferentes regiões do Brasil”, pontua Lorena, que também coordena o projeto de extensão LaPrit - Laboratório de Percussão e Rítmicas do IECG.
Após conhecer o memorial e as dependências do instituto, o mestre Fafá conversou com os alunos sobre temas da área percussiva e como foi o processo criativo do samba da bateria da Grande Rio neste ano. “Aprendemos sobre o carimbó raiz e o estilizado, buscamos respeitar a ancestralidade do ritmo para chegar a um denominador comum com os nossos bateristas. Fiquei muito feliz com o resultado final. Saí da avenida muito satisfeito com o que fizemos juntos”, comenta mestre Fafá.
“Depois que conheci o carimbó, tornou-se um dos ritmos que mais gosto, e posso dizer que a bateria da Grande Rio é hoje metade carioca e metade paraense. Recebi muito carinho das pessoas do Pará, e isso é maior do que qualquer coisa”, agradece o músico.
Para os alunos, o encontro foi marcado pela admiração e curiosidade sobre a mistura dos dois ritmos. A aluna Julyana Souza comenta o que aprendeu através da conversa com o mestre Fafá. “Foi muito interessante entender melhor como é a percussão do samba e sua estrutura harmônica. Aprendi que cada escola de samba pode ter um estilo próprio de tocar, assim como no carimbó, que se diferencia dependendo da região do Estado”, lembra a aluna do bacharelado em música.
Além de explicar sobre o mundo do samba, o mestre Fafá aproveitou para dar alguns conselhos aos estudantes sobre a carreira musical. “Se tivéssemos um instituto como esse aqui teríamos muito mais músicos para as próximas gerações do samba, então, aproveitem as oportunidades que a instituição oferece para progredirem na música. Desejo que o mesmo sucesso que eu tenho como percussionista todos vocês tenham também, para isso, basta que desenvolvam o seu dom”, orientou o mestre de bateria.
Ao final da conversa sobre música, os alunos do Grupo de Percussão da Fundação Carlos Gomes e do Projeto de Extensão Carimbó Galo Duro do IECG apresentaram as músicas que trabalham na prática dos cursos. Também participaram do encontro os alunos do Projeto de Extensão Sons da Identidade e LaPrit - Laboratório de Percussão e Rítmicas, além de alunos de diferentes semestres do bacharelado em música.
Texto e foto: Mayave Ribeiro