Considerada uma das instituições de ensino musical mais respeitadas do Estado, o Instituto Estadual Carlos Gomes completa 129 anos de tradição e referência na formação de músicos, que chegam ao mercado com alto nível técnico a partir do trabalho pedagógico, que alia o ensino, pesquisa e extensão. O instituto iniciou as atividades em 1895 como conservatório de música, com a vinda de Carlos Gomes à capital paraense para atender à demanda de formação musical profissional de jovens, crianças e adultos, que desejavam ingressar na carreira artística.
O estabelecimento de ensino musical formou diversos músicos ao longo dos anos, que se tornaram também professores e grandes músicos, cantores e regentes. Ao longo da história de ensino, o instituto investiu na alta qualidade do quadro de docentes, que incluindo também professores vindos de outros países considerados referência no meio musical clássico.
A professora Maria Antônia Jiménez, de 60 anos, é cubana e há 30 anos aceitou o convite para vim para a capital paraense exclusivamente para dar aula de canto coral na instituição, que buscou trazer docentes estrangeiros experientes para repassar as melhores técnicas musicais aos alunos. “Eu já conhecia o Instituto Estadual Carlos Gomes por ter um excelente quadro de professores e também sabia que os paraenses eram muito talentosos, então foi muito prazeroso aceitar o desafio de dar aula de canto no instituto. Realmente é um orgulho para mim fazer parte da história da instituição e, além disso, hoje temos ex-alunos nossos que estão se destacando no Brasil e em outros países, isso representa a seriedade do trabalho do Instituto Estadual Carlos Gomes”, ressaltou.
Já o professor de clarinete, Claudionor Souza, também conta que a sua história com a música também está diretamente relacionada com a instituição onde iniciou os seus estudos há mais de vinte anos e após ser aluno ouvinte e monitor, conseguiu realizar o sonho de se tornar um grande músico e também dar aula no instituto. “Quando comecei a estudar no instituto o meu objetivo era garantir um bom conhecimento técnico para me tornar um sargento músico, porém a vocação do ensino me abraçou e assumi a vaga do meu professor, que saiu da instituição. Para mim, o Instituto Estadual Carlos Gomes deu a oportunidade de ser quem eu sou hoje como músico e professor, além de contribuir para a formação dos alunos, possibilitando novos horizontes para todos”, ressaltou.
Talentos
A partir da qualidade do ensino, que é observada nos cursos de bacharelado, preparatório, iniciação musical e musicalização, o Instituto Estadual Carlos Gomes vem contribuindo para o aperfeiçoamento musical e revelação de novos talentos.
Uma dos destaques foi a cantora mezzo-soprano, Victoria Pitts, que iniciou a sua trajetória musical ao participar das aulas do projeto social do Instituto Estadual Carlos Gomes, que funcionava no distrito de Icoaraci, em Belém. Ela conta que sonhava em cantar e quando iniciou os estudos no projeto teve a oportunidade de participar de aulas de flauta doce e violão, além de ter aprendido a ler partitura. Ao entrar no curso de musicalização do instituto, Victoria conseguiu desenvolver as suas técnicas vocais, a partir do incentivo dos docentes da instituição. “O Instituto Estadual Carlos Gomes me deu a oportunidade de conhecer professores e profissionais maravilhosos que me ajudaram muito no início da minha carreira. Além disso, ter estudado no curso de musicalização da instituição me preparou muito bem para que pudesse estar no palco. Hoje moro na Itália há 12 anos e todos os pianistas daqui elogiam a minha técnica”, ressaltou a ex-aluna.
A diretora de ensino do Instituto Estadual Carlos Gomes, Thais Cybelle Silva, também demonstra gratidão em ter dedicado desde cedo ao desenvolvimento de sua carreira musical na instituição, que iniciou há 30 anos quando ingressou no curso de musicalização e prosseguiu com a conclusão do curso técnico em piano e do bacharelado em música. “Posso dizer que ao ter ingressado no Instituto Carlos Gomes aproveitei de muitas formas, incluindo a minha vivência acadêmica e musical voltada para o canto coral. “Estar na direção de ensino do instituto é uma grande alegria e também uma grande responsabilidade, pois assim como os demais colegas daqui precisamos lutar para que a instituição alcance bons resultados. Tudo o que é ofertado pelo instituto tem alto nível, incluindo o acervo de equipamentos e instrumentos, sem dúvida somos referência em ensino musical dentro da Amazônia”, destacou.
O superintendente da Fundação Carlos Gomes, Gabriel Titan, ressalta a importância do Instituto Estadual Carlos Gomes na tradição de formar novos músicos no Estado. “Celebrar mais um ano de atividades da instituição representa um grande marco para o ensino público musical, pois formamos excelentes profissionais da música, que seguem as suas carreiras no Brasil e no mundo. Com o incentivo das atividades de ensino, pesquisa e extensão, o instituto se consolidou como referência na educação. Além do investimento nos cursos de musicalização, iniciação musical, preparatório e bacharelado, também desenvolvemos o projeto Música e Cidadania, que garante qualificação musical para 767 jovens, crianças e adultos, que vivem em áreas de situação de vulnerabilidade social na Região Metropolitana de Belém. É importante ressaltar que neste ano, também iremos direcionar recursos para a expansão deste projeto social, que deverá chegar, em breve, nas Usinas da Paz, amplificando a nossa atuação em diversas comunidades. Além disso, a instituição também vem proporcionando ensino musical para os alunos e músicos dos municípios do interior do Estado”, ressaltou.
