O concerto de abertura do XXVI Festival Internacional de Música do Pará será dedicado à música espanhola. O repertório vai apresentar obras de compositores de diversas nacionalidades e que emprestaram o seu talento para homenagear aquele país. O maestro Miguel Campos Neto, regente titular da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, explica que o concerto é um tributo à Espanha. "Optamos por um repertório que fosse apropriado para a abertura de um evento com a grandiosidade que tem o Fimupa. E como a música espanhola é tradicionalmente festiva, resolvemos dar esse tom ao início do festival’, completa.
Uma das obras que integram o repertório da noite de abertura é ‘A Força do Destino’, de Giuseppe Verdi. O compositor italiano será homenageado pelo seu bicentenário. "Escolhemos, entre as muitas óperas de sua autoria, uma que é toda ambientada na Espanha’, explica. O concerto reunirá jovens talentos paraenses no palco do Theatro da Paz. Entre os convidados está o violonista paraense Lucas Imbiriba, que aos 18 anos foi estudar na Europa e há seis vive na Alemanha, onde é professor da Vaterstetten Musikschule, em Munique. ‘Nós convidamos o Lucas porque ele foi aluno da Fundação Carlos Gomes e, como tantos que sonham em um dia poder se profissionalizar e trilhar uma carreira internacional, hoje ele é um exemplo para esses jovens‘, comenta Miguel Campos Neto.
O violonista estudou violão clássico em Barcelona e fará aqui sua primeira apresentação com uma orquestra na sua terra natal. Sobre a participação dele como solista no concerto de abertura, o maestro Campos Neto acrescenta: ‘Lucas toca um instrumento que é a cara da música espanhola e os maiores violonistas são de origem hispânica. Ele morou lá e conhece bem esse estilo musical’, explica.
O próprio Miguel Campos Neto é outro exemplo de que a determinação e dedicação à música pode render bons frutos. Assim como Lucas Imbiriba, ele estudou piano e violino no Conservatório Carlos Gomes. Foi primeiro violino da Orquestra Jovem da FCG e também professor. A formação no exterior também se deve ao apoio da Fundação, que custeou uma bolsa de estudos para que ele pudesse aprimorar os conhecimentos em Nova Iorque.
"Pra mim é um prazer participar de qualquer evento da Fundação Carlos Gomes, é uma forma de retribuir a quem tanto fez por mim. E motivo ainda maior de orgulho é poder reger e saber que você ajudou a formar uma orquestra composta quase que inteiramente por músicos locais. São jovens que estudaram aqui e que tem a perspectiva de desenvolver seu talento aqui mesmo’, finaliza.