
“As aventuras de Robin Hood” (1922), filme do ator, produtor e roteirista norte-americano Douglas Fairbanks, foi a atração desta terça-feira (13) do projeto “Música e Cinema”, promovido pela Fundação Carlos Gomes e pela Fundação Cultural de Belém (Fumbel), no Cine Olympia. Durante a sessão, o filme mudo – tido como o mais caro da década de 20, com cenários gigantescos – ganhou uma trilha especial, executada ao vivo pelo pianista Paulo José Campos de Melo.
Nesta versão, a clássica história do herói que “rouba dos ricos para dar para os pobres” tem duas horas de duração, e conta a história de Earl de Huntingdon. Ele é preso como desertor, escapa e retorna à Inglaterra para enfrentar um príncipe tirano e devolver o trono ao rei Ricardo Coração de Leão, amado e respeitado pelos seus súditos, por governar com justiça e bondade. Para isso, Earl adota o nome de Robin Hood e torna-se o defensor dos fracos e oprimidos, liderando um bando que põe em prática a máxima do anti-herói.
“Como o filme retrata a época medieval, com várias histórias que compõem a trama, como a tentativa do irmão (o príncipe Juan) de Ricardo Coração de Leão de suborná-lo para ficar com o trono, e a história de amor entre Robin Hood e Lady Marian, a música acompanha tudo isso. Tudo remete àquela época. São minuetos, clarinadas e danças típicas daquele período. Logo, a trilha segue essa lógica. São temas originais executados ao vivo, só que com algumas variações sobre eles”, explicou Paulo José Campos de Melo, antes de começar a sessão.
O crítico de cinema e programador do Olympia, Marco Antônio Moreira, destacou que o projeto “Música e Cinema” resgata a importância do cinema mudo, “um período extremamente fértil e altamente importante para a história do cinema, mas nem sempre visto dessa forma”, além de valorizar a sala mais antiga de Belém. “Isso era uma rotina, uma tradição dessa sala de cinema. Entre 1912, quando foi fundado o Olympia, até 1930, quando começou o uso do som na Sétima Arte, os filmes eram exibidos nesta casa, desta forma”, relembrou.
O projeto ocorre sempre na segunda terça-feira de cada mês e tem cativado um público fiel, que lota o cinema para acompanhar as sessões. O servidor público Júlio César Leal, 32 anos, é um dos frequentadores assíduos das sessões. “Desde quando começou (no início do ano passado), só perdi uma sessão, que foi esse ano, na Semana Santa”, conta, com entusiasmo. Para ele, a iniciativa é louvável. “É um resgate de como era na época do cinema mudo e é como se a gente tivesse a chance de experimentar o que o público daquela época experimentou”, opinou.
No próximo mês, o filme será “O mundo Perdido” (1925), que conta a história do professor George Challenger. Ele acredita que ainda existam dinossauros nos lugares mais remotos da selva amazônica. Para ajudar a provar sua teoria, ele recebe o apoio de um jornal para viajar com um grupo de pessoas até lá e ver o que consegue encontrar. O problema é que suas teorias se mostram corretas, mas ele pode acabar pagando caro demais por sua descoberta.
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